reabertura dos hotéis pós-covid -19: O cenário da hotelaria entre planejar, ajustar e criar estratégias
Tenho visto inúmeros hotéis programando abertura em vários períodos como em junho, agosto ou julho, mesmo alguns planejando reabrir em setembro e até mesmo hotéis que só reabrirão em 2021. Mas as perguntas que nós hoteleiros devemos responder antes de abrir são: Voltar a operar por desejo e pressão de voltar ao mercado ou reabrir com fluxo de hospedes já programado? E mais, qual será este fluxo nos primeiros 90 dias após abertura? Qual deverá ser minha taxa mínima de ocupação para manter abertura e cumprir com as obrigações financeiras correntes e saldar as contas passadas? Nossa visão demonstra que existem variáveis que influenciam nas respostas acima e é necessário aplicar estas variáveis de acordo com tipo de hotel, localização, modelo de operação, público e muito mais dados.
Vamos descrever em forma de panorama os 3 questionamentos acima observando o que podem influenciar na opção de abrir ou postergar esta abertura para outro período já que em nossa visão existem diversos fatores atuantes em cada cenário.
1-Reabrir o hotel : Hotéis em grandes centros tendem a ter um fluxo de hóspedes Bussines que terá de retornar ao trabalho de qualquer forma. Existe uma demanda latente que hotéis bussines irão atender neste primeiro momento e dependendo do centro urbano como exemplo São Paulo as taxas de ocupação podem chegar a 35% ou até mesmo 45%.Lembrando que outros fatores vão influenciar drasticamente o público em escolher qual hotel usar,pois sem dúvida o viajante pós covid-19 buscará aqueles com alto grau de comprometimento em higienização de seus serviços e produtos. Outros hotéis voltados para lazer e entretenimento terão mais dificuldade em retomar os trabalhos pois as pesquisas indicam uma forte resistência do público em sair para viajar por avião ou trem e também em cruzeiros marítimos. Por outro lado hotéis e pousadas próximas a grandes centros devem se preparar para um público maior, tendo em vista que a procura será por viagens curtas em curto espaço de tempo e em locais com público reduzido.
2- Qual será o fluxo de público nos próximos 90 dias? As análises feitas até o momento mostram que o planejamento de reabrir os hotéis deverá ser extremamente calculada. Fator preponderante na abertura de qualquer hotel será a de analisar seu público e mercado em um cenário de 90 a 120 dias no mínimo. Mas porque esta preocupação? Pois em recente trabalho apresentado a dois clientes que abriram seus hotéis com taxa de ocupação de 50% até 55% , não terão este fluxo após 60 dias da reabertura. Ou seja o hotel reabriu com ocupação efetiva somente de clientes que já haviam pago pacotes e estadias antes do início da pandemia. Tais clientes pressionados por vários motivos pessoais ou profissionais não queriam perder ou postergas estas diárias e pacotes já pagos. Neste cenário onde os dois hotéis já abriram, demonstramos que a partir de 25 de maio eles não terão público para sustentar sua operação. Será necessário fechar novamente? As empresas vão arcar com a operação mesmo em prejuízo? Qual seria a data correta? Sem dúvida é extremamente necessário avaliar, pesquisar e planejar a abertura de hotéis e pousadas. São decisões difíceis e as vezes é melhor não abrir nos próximos 90 dias e aguardar um aquecimento do mercado pois reabrir e novamente começar a acumular prejuízos aos já existentes não é uma ação correta.
3- Quais os custos e a viabilidade de reabrir o hotel? Como já foi citado é necessário um estudo completo e muito sólido de toda a operação do hotel, seu mercado, seus concorrentes e as previsões futuras. Lembrando que é de suma importância um estudo minucioso dos custos de operação com taxas de ocupação de 50%, 40% ou mesmo até com 25% de ocupação. Se a operação hoteleira for segura e não gerar prejuízos e conseguir até mesmo quitar dívidas do período fechado, sim é viável reabrir desde que a previsão de reservas de esta segurança por um período de 90 a 120 dias. Com um fluxo de reservas efetivadas para 120 dias ou mesmo 90 dias, custos e despesas extremamente ajustados e controlados , pessoal treinado, protocolo de higienização e esterilização de suítes, materiais e outras áreas do hotel já pronto e confiável, a reabertura dos hotéis se torna mais segura.
Não podemos deixar de lembrar também que o novo cliente do turismo e da hotelaria tem em mente uma nova perspectiva do mundo. Agora ele é muito mais receoso ,questionador e preocupado quanto a viajar e se deslocar para turismo ou mesmo profissionalmente. Neste cenário o marketing e principalmente o CRM dos hotéis deve atuar de forma incisiva e muito detalhada para atrair e demonstrar segurança aos hóspedes e turistas pós covid-19.
Sem dúvida as mudanças estão só começando em todos os setores mas é importante não pararmos de trabalhar e seguir em frente com resiliência, atenção e confiança.
Ao trabalho ..